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Article06 Dec 2023

How Brazil’s ethanol could support global efforts for more sustainable flights

As global aviation prepares to take off towards lower carbon flights, sufficient availability of renewable energy sources is a potential limiting factor. This can create opportunities for the global biofuel producers, including Brazil’s ethanol industry – the second largest in the world and a segment Citi has decades of experience in serving.

Na rota da aviação global rumo a voos com menor pegada de carbono, um possível gargalo, a disponibilidade de fontes renováveis de energia, pode representar oportunidades para produtores de biocombustíveis, como é o caso da indústria brasileira de etanol -- a segunda maior do mundo e um segmento no qual o Citi tem décadas de experiência apoiando.

Durante o 17º Encontro Anual de Açúcar e Etanol liderado pelo Citi Commercial Bank na capital brasileira do agrobusiness, Ribeirão Preto, produtores brasileiros de açúcar e etanol e experts do ecossistema de aviação concordaram que agora é a hora de aproveitar as oportunidades geradas pelo desenvolvimento do mercado de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês).

Na definição da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), SAF é “um combustível líquido que reduz as emissões de CO2 em até 80%”, obtido “de diferentes fontes, incluindo gordura e óleo de descarte, cultivos não-alimentícias e rejeito biológico urbano”. Ainda segundo a IATA, o SAF “também pode ser produzido sinteticamente”, por meio de um processo que use energia renovável para capturar CO2 do ar.

“O Brasil tem condições de ser um dos protagonistas globais no mercado de SAF: tem um mercado bem desenvolvido de aviação, produção local de aviões e setores agrícola e industrial capazes de atender os requisitos até mesmo dos mercados internacionais mais exigentes”, disse André Cury, head do Citi Commercial Bank para o Brasil e América Latina.

Participantes do XVII Encontro Anual de Açúcar e Álcool assistindo a uma conversa sobre as oportunidades criadas pelo mercado de SAF em desenvolvimento

Veja abaixo alguns dos principais pontos discutidos.

SAF e as metas de Net Zero

O ponto de partida para esta discussão é o compromisso por neutralidade de carbono até 2050 anunciado em 2021 pela aviação global, por meio da IATA.

Para tanto, a IATA estima que novas tecnologias, aumento de eficiência e mecanismos de compensação de carbono podem ajudar, mas que a maior parte da redução (65%) virá de uma substituição parcial ou total dos combustíveis tradicionais por SAF.

O desafio, porém, é acelerar a produção: embora tenha triplicado para 300 milhões de litros desde 2021, a disponibilidade atual de SAF corresponde a apenas 0,1% da demanda global, de acordo com estimativas da IATA.

O custo também é uma questão: atualmente o SAF é de duas a quatro vezes mais caro do que o combustível tradicional de aviação – o que representa um desafio para as companhias aéreas, já que o combustível responde por até 40% do preço das passagens aéreas, explicou Lígia Sato, gerente de sustentabilidade da Latam Airlines.

Neste contexto, a gerente da Latam Airlines diz que um passo essencial é, além de aumentar a produção das matérias-primas, diversificar também as fontes que podem dar origem ao SAF.

“Há uma variedade de requisitos, que vão do uso de terra a direitos trabalhistas, para que um material possa ser considerado insumo de SAF”, disse Sato.

A tecnologia também importa. Embora hoje a maioria do SAF venha de gorduras vegetais e animais, pesquisas estão sendo conduzidas para aumentar o uso de álcoois, como o etanol, para a produção de SAF.

“Há várias companhias que desenvolveram tecnologias para, a partir do etanol, produzir a mesma molécula do combustível de aviação”, disse Francis Queen, vice-presidente de etanol, açúcar e bioenergia da Raízen. A Raízen anunciou neste ano que se tornou o primeiro produtor mundial certificado para fornecer etanol para SAF.

Demanda voando alto

No mercado, os sinais são cada vez mais claros de que uma demanda já existe e deverá alcançar patamares mais altos.

A Latam Airlines, por exemplo, estabeleceu a meta de suprir até 5% das suas operações com SAF até 2030. Em julho de 2023, a companhia recebeu seu primeiro avião com SAF, uma aeronave que viajou da França ao Brasil com o tanque abastecido com 30% de combustível produzido com uma mistura de óleo de cozinha e querosene de aviação tradicional.

“Foi um passo necessário para sinalizar que há demanda. Sabemos que o investimento necessário para a construção de uma usina para produção de SAF é caro e de longo prazo”, disse Sato.

A Embraer também traçou planos para incorporar SAF, conforme destacou Roberto Chaves, vice-presidente de compras globais da companhia. Ele destacou a meta da empresa de ter 100% dos seus voos – entregando os seus aviões para clientes, por exemplo – abastecidos por misturas de SAF e combustível tradicional até 2030;

Esforços similares estão longe de serem a exceção. Francis Queen lembra que a União Europeia está em processo de aprovar uma mistura de 5% de SAF no combustível de aviação até 2030, enquanto o governo dos EUA está avaliando metas ainda mais desafiadoras.

Fazer frente a essas demandas, defendeu Queen, requer investimento na infraestrutura produtiva. Ele também defendeu que, com financiamento e estratégia apropriados, o setor sucroalcooleiro do Brasil pode se firmar também como fornecedor de SAF pronto para uso, além de produtor de matéria-prima. Ele mencionou que há conversas em andamento para que fabricantes de SAF se instalem em território nacional.

“SAF é uma oportunidade que o Brasil não pode perder e que queremos apoiar”, enfatizou Cury.

A aviação é um dos setores em que o Citi trabalha ativamente com clientes para o desenvolvimento de soluções em prol da descarbonização e investindo em tecnologias escalonáveis que podem ajudar a aproveitar as oportunidades.

Cury também destacou o compromisso do Citi de fornecer US$ 1 trilhão em financiamento sustentável até 2030. Ele reforçou que o apoio dado pelo Citi para os produtores de biocombustíveis inclui soluções de financiamento, acesso a conhecimento e expertise em assuntos como ESG e transição energética, além de uma rede bancária global que pode ajudar as companhias a aproveitarem oportunidades relevantes em todo o mundo.

At the 17th Annual Sugar and Ethanol Meeting hosted by Citi Commercial Bank in ‘Brazil’s capital of Agri-business’, Ribeirão Preto, Brazilian producers of sugar and ethanol and experts from Latin America’s aviation ecosystem agreed that now is the time to seize opportunities created by the growing global market for Sustainable Aviation Fuel (SAF).

The International Air Transport Association (IATA) defines SAF as “a liquid fuel which reduces CO2 emissions by up to 80%,” obtained “from different sources, including waste oil and fats, green and municipal waste and non-food crops.” According to IATA, SAF “can also be produced synthetically,” via a process that uses renewable electricity to capture CO2 from the air.

“Brazil has the conditions to be a leader in the SAF market: it has a well-developed aviation market, local aircraft production, and professional agricultural and industrial sectors able to meet the needs of the most exigent international markets,” said Citi Commercial Bank head for Brazil and LATAM, André Cury.

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Participants of the 17th Annual Meeting of Sugar and Ethanol in Brazil listen to a conversation about opportunities created by the developing market of Sustainable Aviation Fuel

Here are some takeaways from the conference:

SAF and Net Zero goals

The starting point for this discussion is the commitment announced in 2021 by IATA to achieve carbon neutrality by 2050.

To reach this target, IATA estimates that new technologies, efficiency improvements and offsetting schemes can help, but most of the reduction (65%) will come from a total or a partial replacement of traditional fuels with SAF.

The challenge, though, is to ramp up production: although it tripled to 300 million liters since 2021, current availability of SAF equates to just 0.1% of the world's need, according to IATA.

Cost is also an issue: currently SAF is two to four times more expensive than traditional jet fuel – a key challenge for airlines, as fuel accounts for up to 40% of the cost of tickets, as explained Ligia Sato, manager of sustainability at Latam Airlines.

In this context, Ligia Sato said, a vital step is increasing the production of current inputs but also diversifying the sources used to produce SAF.

“There are a number of requirements, from land usage to labor rights, to make a material be considered as an input to SAF”, Sato said

Technology also matters. While today most of SAF comes from vegetable and animal fat, research has been developed to increase the usage of alcohols, like ethanol, as inputs.

“There are several companies that developed technologies that, starting from ethanol, produce the same molecule as aviation fuel,” said Francis Queen, vice president of Ethanol, Sugar and Bioenergy at Raízen. Raízen announced this year it became world’s first producer certified to supply ethanol to SAF.

Soaring demand

From the buy-side, signals are increasingly clear that a SAF demand already exists and is gaining traction.

Latam Airlines, for example, has set a goal of supplying up to 5% of its operation with SAF by 2030. In July 2023, the company received its first plane with sustainable fuel, an aircraft that travelled from France to Brazil charged with 30% SAF, produced by mixing cooking oil with traditional fuel.

“This was necessary to demonstrate that there is demand. We know that investing in building a plant to produce SAF is expensive and long-term,” said Sato.

Embraer, a major aircraft manufacturer based in Brazil, also outlined its plans to incorporate SAF. According to Roberto Chaves, the company’s executive vice president of Global Procurement, Embraer set a target of having 100% of their flights, for example, delivering an aircraft to a client, fueled by blends of SAF and traditional fuels by 2030.

Similar efforts are far from the exception. Francis Queen recalled that the European Union is in the process of approving a 5% SAF mixture with jet fuel as of 2030, while the United States government is evaluating even more challenging targets.

Matching these soaring demands, added Queen, requires immediate investment in production infrastructure. He also argued that, with appropriate funding and strategy, Brazil's sugar-energy sector could become provider of drop-in SAF. He mentioned ongoing conversations for SAF manufacturers to set up plants in this country.

"SAF is an opportunity that Brazil cannot miss and that we want to support”, Cury emphasized.

Aviation is one of the sectors Citi is actively working with clients on decarbonization solutions and investing in scalable technology that can help level the playing field.

Cury also highlighted Citi’s commitment to provide of US$1 trillion of sustainable financing by 2030. He stressed that Citi’s support to biofuel producers includes financing solutions, access to expert knowledge on topics like ESG and energy transition, and a global banking network that can help companies seize relevant opportunities across the globe.

 

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