From left: Jaime de Paula, from Abstrato Venture; Rodrigo Loffredo, from Citi; and Leo Monte, from Sinqia, listen to Raketo’s Fred Santoro in a discussion about Corporate Venture Capital, in a panel led by the Digital, Tech and Comms team of Citi Commercial Bank
Da IA ao Corporate Venture Capital: como novas tendências impulsionam a transformação digital na América Latina
Tecnologias emergentes aceleram a transformação dentro das empresas, inclusive na América Latina, não apenas no segmento tecnológico, mas também em setores tradicionais que aproveitam a oportunidade para reforçar governança, se transformar e crescer. Esse foi o destaque em um evento organizado pelo Citi no Brasil, que reuniu líderes empresariais de diversos segmentos.
Uma conhecida história dá conta de que, no fim do século XIX, uma empresa com posição de destaque no mercado global de telégrafos recebeu uma oferta para comprar a patente do telefone, então um novo invento, por US$ 100 mil. Mas o presidente da empresa desperdiçou a oportunidade, sem perceber que a nova tecnologia iria revolucionar as comunicações.
Para evitar esse tipo de passo em falso, muitas empresas em toda a América Latina estão atentas às últimas tendências, como a inteligência artificial. Protagonistas do mundo corporativo latino-americano percebem que a transformação digital não está restrita a um setor específico; em maior ou menor grau, todos são impactados pelos novos desdobramentos digitais.
Essa foi uma das conclusões alcançadas no evento 'Let's Talk Digital', organizado recentemente no Citi Brasil.
Mais de 200 participantes de mais de 100 empresas do Brasil, ou com presença no país, discutiram temas como inteligência artificial, moedas digitais de bancos centrais (CBDC, na sigla em inglês) e Corporate Venture Capital (CVC). Um evento relevante não só para a região, como destaca André Cury, head do Citi Commercial Bank para Brasil e América Latina.
“As empresas brasileiras de tecnologia são cada vez mais regionais e globais. Diferentemente das indústrias tradicionais, as empresas tecnológicas têm menos barreiras quanto buscam avançar ou se expandir para outros países. Entre nossos clientes, vemos uma série de empresas com espírito empreendedor que ganharam espaço para além da América Latina, chegando aos Estados Unidos, ou mesmo alcançando expansão fora do continente.”
Capítulos extras na jornada digital
Entre as lideranças das empresas do segmento Digital, Technology and Communications (D,T&C), há um consenso crescente de que a transformação digital é um processo contínuo, especialmente agora com mais ferramentas chegando às prateleiras.
“As novas tecnologias, incluindo a inteligência artificial, adicionam capítulos à jornada de transformação digital das empresas”, resumiu Marco Stefanini, CEO e fundador da Stefanini, empresa brasileira presente em 41 países que ajuda empresas de diversos segmentos a implementar a transformação digital. Marco Stefanini destacou que a incorporação de ferramentas digitais é questão de “quando”, não de “se”.
Frederico Braga, CFO da Omie, empresa brasileira de tecnologia que oferece soluções de gestão para empresas de diversos portes e segmentos, ecoou a visão de Stefanini.
“Todos estão implementando e sendo influenciados por inovações e tecnologias em suas empresas. A Omie é uma empresa de tecnologia, portanto isso está enraizado em nossos processos, mas há novas tecnologias surgindo. A IA, por exemplo. Não há como escapar”.
Para além da Inteligência Artificial, tendências como pagamentos digitais instantâneos, metaverso, ativos digitais e big data também estão no radar e apresentam oportunidades de diversificação de negócios.
Novas oportunidades, desafios familiares
Se por um lado as inovações catalisam desenvolvimento e crescimento, desafios de longa data ainda podem impor obstáculos à aceleração digital.
É o caso, por exemplo, da infraestrutura de telecomunicações. “O desafio é levar conectividade a locais mais remotos, considerando que o Brasil é um país de dimensões continentais”, disse Rui Gomes, CEO da Um Telecom e presidente do Conselho da Connectoway.
O uso correto dos dados, disse o empresário brasileiro João Vianna, também é um “pain point” para várias empresas. Ele acrescenta que quem “consegue gerenciar informação com o apoio de ferramentas avançadas pode fazer a diferença”. Vianna está agora por trás da Invisto, uma startup fundada por ele para criar oportunidades de investimento na reconstrução de residências familiares em locais privilegiados nos EUA.
Soluções: Corporate Venture Capital e a independência para inovar
Em busca da agilidade e autonomia necessárias para impulsionar a inovação, um caminho trilhado por diversas empresas é a criação de estruturas de Corporate Venture Capital (CVC).
São iniciativas que utilizam a criatividade e a velocidade das startups para avançar no desenvolvimento de novas soluções, ou, segundo Fred Santoro, fundador da Raketo Venture Market, o CVC é uma “forma de grandes empresas permanecerem relevantes e sobreviverem em um mercado tecnológico em rápida mudança”.
A empresa tecnológica brasileira Sinqia é uma das que vêm investindo em inovação por meio do CVC. A Torq, iniciativa de CVC da Sinqia, já acelerou o desenvolvimento de mais de 200 startups que trabalham com B2B, segundo Leo Monte, diretor da Torq. Ele afirma que a abordagem do CVC foi feita para impulsionar a inovação internamente, evitando as complexidades do setor financeiro.
Mas liberar o potencial dos CVCs, dizem os líderes, requer atenção a fatores como o delicado equilíbrio entre a autonomia à empresa investida e um alinhamento sólido entre a corporação investidora e a startup.
Jaime de Paula, empreendedor experiente que à frente da Abstrato Ventures, entre outras iniciativas, mencionou outro fator-chave para o sucesso de uma startup: os fundadores. “Eles fazem a diferença. Eles acreditam tanto no negócio que são vendedores.” A crença no poder dos empreendedores é tanta que, na Abstrato Ventures, analisa-se primeiro o perfil dos fundadores e, só depois, o potencial do negócio.
Seja por meio de CVC ou por meio de desenvolvimentos internos, as empresas brasileiras de tecnologia se consolidam como players relevantes internacionalmente.
Para as necessidades e esforços de expansão das empresas dos segmentos de D, T&C no Brasil, além de apoiar players digitais globais que atuam no país, o Citi Commercial Bank conta com uma equipe especializada que fornece serviços e soluções sob medida.
“Nossos bankers têm profundo conhecimento e conexões no setor para apoiar nossos clientes em seus processos de tomada de decisão, encontrando as estruturas financeiras que melhor atendem às suas necessidades, fornecendo soluções financeiras e oportunidades para explorar os mercados de capitais, bem como compartilhando insights que podem ser úteis para o crescimento estratégico das empresas”, afirma Rodrigo Loffredo, Head de D,T&C do Citi Commercial Bank no Brasil.
A well-known story says that at the end of the 19th century, a company holding a prominent position in the telegraph market was offered the patent for the telephone for US$ 100,000. But the company's president passed up the opportunity, not realizing that the new technology was going to revolutionize communications.
To avoid this kind of faux-pas, many companies across Latin America have been proactively staying on top of the latest trends in technological advancements, such as artificial intelligence. There’s wide recognition that digital transformation is not restricted to a particular industry; to a greater or lesser extent, everyone is affected by technological change.
This was one of the conclusions reached at the ‘Let’s Talk Digital’ event, hosted by Citi Brazil recently.
Over 200 participants from over 100 companies from Brazil, or with a presence in the country, discussed topics such as artificial intelligence, Central Bank Digital Currencies and Corporate Venture Capital. An event relevant not only for Latin America, as the Citi Commercial Bank Head for Brazil and Latam, André Cury, highlights:
“Brazilian technology companies are increasingly regional and global. Unlike traditional industries, tech companies have fewer barriers to entry when pursuing advancement or expansion to other countries. Among our clients, we see a number of companies with an entrepreneurial spirit that have expanded beyond Latin America, going to the United States, or even reaching global expansion beyond the Americas.”
Extra chapters in the digital journey
Among the leadership of Digital, Technology and Communications (D,T&C) companies, there’s growing consensus that digital transformation is a continuous process, especially now with more tools available.
“New technologies, including artificial intelligence, add chapters to the digital transformation journey of companies”, summarized CEO and founder, Marco Stefanini, from Stefanini, a Brazilian company present in 41 countries that helps companies from different segments to implement digital transformation. Marco Stefanini stressed that the incorporation of digital tools is a case of “when” not “if”.
Frederico Braga, CFO of Omie, a tech company from Brazil that offers management solutions to firms of different sizes and segments, echoed Stefanini's vision.
“Everyone is implementing and being influenced by innovation and technologies in their companies. Omie is a technology company, so this is rooted in our processes, but there are new technologies emerging. AI is a big topic. There is no way to escape: it is a matter of time and speed”.
Putting AI to one side, trends such as instant digital payments, the metaverse, digital assets and big data are also on the radar and present business diversification opportunities.
New opportunities, familiar challenges
New innovations enable development and growth, yet familiar challenges can stand in the way of digital acceleration.
This is the case, for example, in the telecommunications infrastructure sector. “The challenge is to bring connectivity to more remote locations, considering that Brazil is a country of continental dimensions”, said Rui Gomes, CEO of Um Telecom and chairman of the Board of Connectoway.
The correct usage of data, said Brazilian entrepreneur João Vianna, is also a “pain point” for a number of companies. He adds that those who “manage to master information with the support of advanced tools can make a difference”. Vianna is now behind Invisto, a startup he found to create investment opportunities in family home re-construction in prime locations in the U.S.
Solutions: Corporate Venture Capital and the independence to innovate
In search of the necessary agility and autonomy to boost innovation, a path taken by several companies is setting up Corporate Venture Capital (CVC) structures.
These are initiatives that use the creativity and speed of startups to advance the development of new solutions, or, according to Fred Santoro, founder of Raketo Venture Market, CVC is a “way for large companies to remain relevant and survive in a rapidly changing technological market”.
The Brazilian tech company Sinqia is one of the companies that has been investing in innovation through CVC. Torq, Sinqia's CVC initiative, has already accelerated the development of more than 200 startups that work with B2B, according to Leo Monte, Director of Torq. He says that CVC approach was made to boost in-house innovation, as it avoids the complexity of the financial sector.
Unleashing the potential of CVCs, the leaders say, requires paying attention to factors like the delicate balance between the autonomy granted to the invested company and solid alignment between the investing corporation and the startup.
Jaime de Paula, an experienced entrepreneur who heads Abstrato Ventures among other initiatives, mentioned another key factor for the success of a startup: the founders. “They make the difference. They believe so much in the business that they are salespeople.” Belief in the power of entrepreneurs is such that, at Abstrato Ventures, they analyze the founders’ profiles first and, only then, the business potential.
Whether through CVC or through internal developments, Brazilian technology companies are establishing themselves as relevant players internationally.
To support the needs and expansion efforts of companies in the D,T&C segments in Brazil, in addition to supporting global digital players operating in the country, Citi Commercial Bank has a specialized team focused on providing tailored services and solutions to the clients within the industry.
“Our bankers have deep industry knowledge and connections to support our clients' with their decision-making processes, finding the financial structures that best suit their needs, providing financial solutions and opportunities to tap capital markets as well as sharing their knowledge about the sector that can be useful for the strategic growth of their companies”, says Citi Commercial Bank Head of D,T&C in Brazil, Rodrigo Loffredo.